– Agora e para sempre

O livro que produzi sobre meu pai nasceu de um medo e de uma necessidade. Medo que as histórias, ouvidas por mim desde criança, se perdessem no tempo. Daí veio a necessidade de segurar esse tempo com as palavras, amarrar a memória para que ela não escapasse. Memória impressa é memória preservada.

Quando a gente se dispõe a ouvir o outro com atenção, descobre muitas coisas, aprende muito. Sempre quis saber – e o livro me deu a possibilidade de descobrir – como ele conseguiu e consegue manter o equilíbrio e o otimismo diante de tantos desafios impostos pela vida ao longo desses 91 anos.

O pai foi artesão, mimeografista, desenhista topográfico, bancário, jornalista, líder estudantil e magistrado. Escapou de um acidente aéreo, sobreviveu a um atropelamento, foi ameaçado de morte mais de uma vez e testemunhou acontecimentos marcantes da nossa época.

Construído em forma de perguntas e respostas, o livro tem como fio condutor essa trajetória profissional e também a história de amor dos meus pais, que começou em 1954 e dura até hoje. Vem daí o título: Agora e Para Sempre.

Sob um ponto de vista bastante íntimo, o livro tem como pano de fundo a magia do cinema, arte recém-nascida; o Rio de Janeiro dos anos dourados, os anos cheios de esperança do governo Juscelino; a ditadura militar, o novo século e o Brasil pós-utopia.

Carlos Heitor Cony escreveu um perfil sobre Glauber Rocha que termina assim: “O legado que nos deixou será sempre uma herança de luz, um apelo de esperança e de amor”. O pai não se considera um homem de legados, mas é. Para mim, como filho, seu legado é exatamente este: uma herança de luz, um apelo de esperança e de amor.

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Crônicas Amarelas, Histórias que abraçam

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